Rotina/Saudade
Esse espaço não chega a ser um diário, mesmo porque nem todos os dias eu tenho vontade de falar e expressar meus problemas quanto à bipolaridade e suas consequências na minha vida e na dos que me rodeiam.
Hoje, por exemplo, em plena segunda-feira, de uma manhã muito fria e com uma gripe muito forte, daquelas que não deixa você dormir por causa da tosse , nariz entupido e garganta em brasa, eu cheguei a ficar em dúvida se estava deprimida por causa do frio, da solidão do apart., da falta de expectativa ou se pelo conjunto de tudo isso.
É claro que cheguei a conclusão que o conjunto de todos esses fatores me deixaram assim... Totalmente sem vontade de nada: sem vontade de falar, de comer, de fazer absolutamente nada.
Quando acontece isso, prefiro evitar o telefone, não sair em hipótese alguma e falar apenas com quem convivo diariamente; mesmo assim somente o suficiente. É que tudo me incomoda: da mesma forma que o barulho, o silêncio.
Será uma crise? Não, não considero uma crise, apenas mais um momento de irritabilidade, próprio da doença, mas que não chega a afetar em muito, a minha rotina.
O que me afeta mesmo é a saudade. Não sei porquê tenho uma saudade tão grande. Eu considero essa saudade um sentimento que me acompanhou durante toda a minha vida. Desde quando eu era criança;
Quando eu me separava temporariamente de alguém da minha família, quando meus pais precisavam viajar, até mesmo quando meus irmãos saiam para lugares que eu não podia ir por ser bem mais nova: eu ficava muito triste, me sentia perdida e sozinha.
Hoje em dia essa saudade ,é claro, se acentuou muito mais porque eu estou morando longe de minha mãe, meus irmãos e filhos e sobrinhos.
A saudade é um sentimento que para mim dói no peito, aperta mesmo. Aí eu fico sem chão e choro, choro muito...