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domingo, 22 de maio de 2011

Transtorno Afetivo Bipolar (Vulgarização da doença)

Quem sofre de bipolaridade vive entre a euforia e a depressão e o tempo todo, é como se brincasse em uma gangorra; horas estão lá em cima, horas lá embaixo e apesar do transtorno bipolar ser uma doença psiquiátrica grave que acomete pessoas que alternam períodos de depressão e manias, a vulgarização é cada vez maior. Cada vez vemos mais a mídia retratar o assunto como uma coisa banal. Quantas vezes já vimos piadas com "Tarja Preta", "Ser Bipolar é Fashion", "Estou na moda, sou bipolar, sou bipolar", como se uma pessoa acometida por esse mal fosse referência de modismo e apreciação.


Quem é acometido pelo TAB, tem muitas "manias" e essas "manias" tão comentadas na psiquiatria não são aquelas manias de colecionar alguma coisa, juntar quinquilharias antigas, comprar roupas em demasia e sim períodos de euforia intensa imotivada.

O humor das pessoas com transtorno bipolar oscila como uma gangorra. É mais do que um mau humor matutino, e essa bipolaridade os leva a ter impulsos imprevisíveis e muitas vezes agressivos.

As curvas do humor alteram muito o ritmo de vida da pessoa acometida pelo transtorno bipolar, uma vez que seu portador é levado a uma fase de grande atividade, querendo fazer mil planos, existem aqueles que não dormem direito, acompanhada de grande irritabilidade, partindo ai para períodos depressivos e de tristeza profunda.

Muitos portadores do TAB perdem a vontade de viver uma vez que são acometidos de uma, uma profunda tristeza que tem como característica não ter nada a ver com a tristeza normalmente vivenciada por uma pessoa não portadora dessa doença. É uma tristeza imotivada, ou seja, não há uma razão pela qual a pessoa pode explicar porque está tão triste. Então na verdade o transtorno bipolar é uma doença composta por episódios, conhecidos na medicina convencional como "fases".


"LUA ADVERSA
Tenho fases, como a lua
Fases de andar escondida,
fases de vir para a rua...
Perdição da minha vida!
Perdição da vida minha!
Tenho fases de ser tua,
tenho outras de ser sozinha.
Fases que vão e vêm, no secreto calendário
que um astrólogo arbitrário
inventou para meu uso.
E roda a melancolia
seu interminável fuso!
Não me encontro com ninguém
(tenho fases como a lua...)
No dia de alguém ser meu
não é dia de eu ser sua...
E, quando chega esse dia,
o outro desapareceu...
Cecília Meireles"



As fases depressivas são intercaladas e muitas das vezes sucedidas por períodos chamados fases maníacas que são as fases de grande excitação e euforia como foi dito anteriormente.

A diferença do "transtorno bipolar" para outras doenças, como "síndrome do pânico", "depressão", dentre outras tantas é que o "transtorno bipolar" é uma doença do transtorno do humor, ou seja, está associada basicamente à efetividade da pessoa. Alternando períodos de profunda tristeza nas fases depressivas imotivadas e muitas das vezes são impedidas de fazer suas atividades corriqueiras, como por exemplo, em casos graves não cuidar da higiene, não se alimentar.

E na fase maníaca a pessoa fica extremamente agitada, sem dormir, inconveniente, não tendo limites, trazendo um grande problema a si mesmo.


O tratamento do transtorno bipolar é essencial, e quanto mais cedo se diagnosticar a doença, melhor será a vida em sociedade do individuo. O tratamento é feito através de psicofármicos, chamados de estabilizadores do humor. Em que visa evitar que a pessoa tenha essas fases repentinas maníacas e alguns casos (mais graves) o médico associa com o uso de antidepressivos. Sem o tratamento adequado, a pessoa poderá sofrer quadros sucessivos já que o transtorno bipolar é uma doença decorrente (aparece em fases).

Infelizmente o transtorno bipolar não tem cura. Mas com o paciente diagnosticado e fazendo o tratamento correto, evita-se que se tenham novos episódios, sejam eles depressivos ou maníacos. E para que a doença se transforme em uma aliada, o tratamento exige a mudança de alguns hábitos, como dormir bem, evitar substancias que têm ações no cérebro (estimulantes ou depressivos).

O lamentável que ainda existam pessoas que vulgarizem essa doença, façam piadas que caiam na mídia e se transformem em modismo.

Depois de lerem isso tudo, me respondam com sinceridade:

"Ser bipolar é fashion?"